Logo depois do artigo, veio o grave acidente com uma plataforma submarina no Golfo do México, que matou onze pessoas e despejou muitos milhares de barris de petróleo no mar, com consequências catastróficas. E ameaçando até impedir que os Estados Unidos participem de qualquer acordo sobre mudanças climáticas. Porque o presidente Obama, reagindo ao acidente, declarou que não cancelará a moratória que impede novas explorações de petróleo no mar. E desagradou parlamentares republicanos, que ameaçam impedir no Congresso a aprovação do projeto de lei sobre o clima.
Se esse projeto não for aprovado, os Estados Unidos não poderão participar de nenhum acordo na Convenção do Clima, onde haverá mais uma tentativa em dezembro, Porque basta um país não aprovar e estará quebrado o consenso indispensável.
O desastre no golfo do México é mais uma catástrofe que vem de longe. E registra, por exemplo, o grande vazamento de petróleo no Alasca, em 1989. Outro derrame na costa da Galícia espanhola, que até hoje tem graves consequências na pesca na Europa. Ou o chamado desastre de Bhopal, quando o vazamento de 20 toneladas de pesticida numa indústria na Índia matou 20 mil pessoas e deixou 150 mil com graves doenças.
No Brasil mesmo, já tivemos problemas graves nessas áreas. E precisamos ficar atentos, no momento em que se prepara a exploração de petróleo a grandes profundidades no mar.
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Washington Novaes, jornalista, é supervisor geral do Repórter Eco. Foi consultor do primeiro relatório nacional sobre biodiversidade. Participou das discussões para a Agenda 21 brasileira. Dirigiu vários documentários, entre eles a série famosa "Xingu" e, mais recentemente, "Primeiro Mundo é Aqui", que destaca a importância dos corredores ecológicos no Brasil.
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