Sobre política e ambientalismo (seja ele falso ou não)

22/05/2009


por: Diego Henrique


Atualmente vivemos em uma sociedade em que a maioria, infelizmente, se engana ao pensar que esta a par do funcionamento da esfera política. Destacarei dois fatos no mínimo curiosos que ocorreram nestes últimos dias.
O conjunto do BASA, localizado na Avenida Tavares Bastos, é alvo da prefeitura de Belém desde 2006, ano em que se iniciou o processo de abertura do conjunto para a passagem de uma via de rolagem ligando o prolongamento da Avenida Primeiro de Dezembro (atualmente Av. João Paulo II) à Avenida Almirante Barroso. A prefeitura municipal argumentou que a parte da Tavares Bastos inserida dentro das dependências no conjunto é de domínio público e que os moradores construíram um muro de forma ilegal, privando a sociedade de ir e vir naquela área. Por outro lado os moradores do conjunto tinham em mãos a escritura do terreno datada de 1969 que afirmava se aquela, uma área privada pertencente ao Banco da Amazônia ( BASA). Criou-se o impasse.
Foram realizadas diversas audiências judiciais presididas pelo Juiz Castelo Branco, em que os moradores apresentaram suas opiniões e reivindicações, enquanto que a prefeitura apenas afirmava que o conjunto era ilegal não dando ouvidos à voz dos moradores. Mesmo com a escritura do terreno em posso do juiz cedeu à prefeitura uma liminar para desobstrução do conjunto com força policial, realizada no dia 21 de Março. Coincidentemente ou não, o juiz responsável por tais sessões foi o mesmo que tentou “engavetar” a CPI da Saúde.
Ainda esta semana mesmo foi iniciado o processo de abertura do Parque Municipal de Belém (aos arredores do conjunto do Médice e Bela Vista) para extensão da Rodovia Independência , o qual esta ocasionando o desmatamento de uma área verde preservada, raro de ser encontrada em Belém, constituída de fauna silvestre e etc.
Esse é o ponto de destaque da situação. Quais as pressões que fizeram a prefeitura executar a ordem judicial agora, utilizando de força policial contra os moradores e qual o motivo de se construir uma rodovia cruzando um parque municipal?
A reposta desta questão está muito além das justificativas técnicas de engenheiros e outros. As pressões políticas exercidas no nosso prefeito, fazem com que algumas decisões, no mínimo, esdrúxulas sejam tomadas. Óbvio que existem alternativas para o desafogamento do trânsito de Belém, e se for o caso de eliminar uma propriedade particular ou botar em risco a existência de um parque ambiental, que seja feito respeitando a população, ouvindo suas opiniões, elaborando projetos que melhorem a qualidade de vida e não o inverso. Infelizmente o campo da política é restrito a poucos, então, o que nos resta? Lutar, indagar, manifestar, impor a vontade comum, são algumas de nossas armas.
Esta argumentação foi escrita com o intuito de chamar a atenção para o cinismo de alguns políticos, não todos, quanto à questão ambiental. Não podemos nos iludir pensando que a preocupação ambiental é real, por trás de cortina, há interesses econômicos e políticos que esmagam a opinião pública tentando tornar vozes ineficientes. Os fatos acima noticiados apenas reforçam esta idéia. ABRAM OS OLHOS!

foto: morador do conjunto Bela Vista exibindo o jornal do dia no protesto contra o Crime Ambiental no Parque Ecológico; por Tuani Ladeira.

1 comentários:

Ricardo Solis disse...

Como bem disse hoje no Jornal da Recordo o apresentador, enquanto crianças morrem nos hospitais da nossa grande cidade nesta grande crise de saúde, a atenção das autoridades está voltada para outras questões.

Enquanto deveríamos estar resolvendo o problema do transporte público, que está sendo deixado nas mãos dos empresários, estamos aumentando as ruas e desmatando a pouca floresta urbana que nos resta.

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